Enfrentando o BurnOut – Dia 5

Hoje tive um insight profundo.

Uma coisa que eu sempre fiz e recomendo é escrever. Tenho diversos cadernos que usei para colocar meus pensamentos, sem julgamento. É imprescindível ter um espaço para isso. É como víamos nos filmes que a menina sempre tinha um diário, onde anotava tudo. Bem, eu não tenho diário e nem gosto muito desse formato, mas tenho sim um cadernos de intuições, no qual escrevo aquilo que sinto, que vem de repente.

Tenho também um caderno de cabeceira. Nele, anoto meus sonhos. Eu já acordei de madrugada algumas vezes após um sonho, voltei a dormir e esqueci completamente quando acordei novamente. Por isso o caderninho. Quando o sono está demais, gravo um áudio para mim mesma. Tudo para não perder a informação.

Caso você não tenha o seu, sugiro fortemente que inicie esse hábito. Não precisa ser um caderno grande. Sugiro também que não seja bloquinho, senão você pode destacar a folha e nunca mais achar. O caderno previne isso. Se você for mais da tecnologia, utilize um app para guardar seus insights. Acredite, é uma ferramenta poderosa. Cada vez que leio minhas anotações, entendo mais ainda o que está acontecendo.

Não sei se você sabe, mas todas as respostas estão dentro de nós. Não adianta procurar fora. Suspeite de qualquer um que diga o contrário, inclusive dos que se dizem profissionais.

Voltando ao meu insight, hoje consegui entender profundamente o porquê do qual ainda estou relutando tanto em minha vida. É claro que não vou dar tantos detalhes aqui, mas algumas ponderações sim. Afinal, estamos aqui para evoluir.

Eu não me permitia ser feliz. Em nenhum momento. Em minha vida, toda vez que algo verdadeiramente bom, feliz e exultante acontecia, vinha algo na sequência para fazer me deixar para baixo e roubar aquele momento. Acredite, isso se repete com meus filhos. E foi aí que percebi que era um padrão geracional que precisava de um olhar mais atento.

Você, leitor, tem algo que acontece de forma cíclica em sua vida, que não entende o motivo? Saiba que, por trás dele, há uma memória inconsciente envolvida. Não é do nada, não é paranóia. É a vida.

E essa memória pode ser sua ou de alguém antes de você. Você sabia que a mulher já nasce com todo o material genético que ela carregará para o resto da vida? Estou falando dos óvulos, aqueles que serão usados para gerir bebês. Então pensa comigo: se quando a sua mãe nasceu ela já estava com metade de você dentro dela, sua vó lhe carregou na barriga também, pois esse material genético foi desenvolvido dentro dela. Portanto, se sua avó teve uma gestação difícil quando concebeu sua mãe, uma parte dessas memórias, você também carrega. De forma inconsciente.

Por isso digo que é muito importante investir em auto conhecimento. Acredite, eu passava bem longe desses livros quando ia a uma livraria. De tudo o que acredito e endosso hoje, posso dizer com segurança que adquiri estes conhecimentos ao longo dos últimos 12 anos, buscando respostas para mim mesma.

Eu não comecei com livros de auto ajuda, não. Cheguei a ler alguns na juventude, mas os considerei muito superficiais. Hoje temos a internet e ela é uma dádiva divina. Encontrei conteúdos que ressoaram comigo e comecei a consumi-los, como se não houvesse amanhã.

Ao consumir, percebi que eu não estava louca. Tudo o que eu sentia, outras pessoas também sentiam. É por isso que é importante andar com sua própria tribo. Há um poder imenso nisso. Já ouviu falar que você é a média das 5 pessoas com quem mais convive? E que toda relação anda na velocidade do mais lento?

O ponto mais importante aqui é: escolha sua própria tribo. Não precisa fazer algo porque alguém disse, siga sua intuição. Ela é sua companheira 24 horas por dia, 7 dias por semana. É ela que passa mais tempo com você do que qualquer outra pessoa. Por que então silenciá-la e seguir cegamente orientações de outras pessoas que você acabou de conhecer? Não faz muito sentido.

E o que isso tudo tem a ver com o fato de eu não me sentir feliz?

Quando minha mãe me geriu, ela estava apavorada. Com muito medo mesmo. Ela era nova, já tinha passado por mals bocados e estava com um bebê na barriga enquanto ela e o namorado faziam faculdade. Foi um grande alarde. Já agradeci pessoalmente a ela por ter preferido me manter ali do que me descartar, por mais difícil que tenha sido. Ela podia, já era maior de idade.

Acontece que ela ficou doente logo depois que eu nasci. Eu tinha uns dois meses de vida. Ela pegou uma doença que não a permitia me ter nos braços, e por isso meu pai e minha vó passaram a cuidar de mim, enquanto ela melhorava.

Percebe? Algo bom acontece e algo ruim vem na sequência.

Fico refletindo todas as vezes que tive alegrias fortes e intensas na vida, o medo que aparecia de que acabasse logo ou que alguém interrompesse aquilo. A grande verdade é que até me incomoda alegria exuberante, por causa dessa memória.

Lembro-me de um aniversário meu de uns 5 anos, que foi feito em casa. A festa foi na casa toda e as crianças tiveram acesso ao meu quarto e a todos os meus presentes. Lembro que ganhei um brinquedo muito diferente! Ele era uma tela de plástico, que ficava sobre uma superfície que eu podia desenhar com uma caneta de plástico e depois imprimir o desenho. Foi um dos presentes mais legais que já ganhei na minha vida! Quando acabou a festa, ele estava quebrado. Eu não cheguei a usar ele nenhuma vez, pois estava esperando todo mundo ir embora para brincar. Ou seja, minha alegria acabou ali.

Outra coisa que me aconteceu, que pode parecer bizarra mais tem a ver com o contexto, foi na minha festa de quinze anos. Fui a primeira da turma que eu andava a fazer uma festa digna de quinze anos. Naquela época, não era muito comum. E sabe o que aconteceu? Duas coisas: eu não consegui comer meu bolo e deu problema na filmagem.

Meu bolo desapareceu. Ninguém foi capaz de me chamar para cortar e dar o primeiro pedaço, nem de guardar um pedaço para mim. Ele era grande e estava na entrada da festa. Quando fui comer, não tinha mais nada.

Quanto à filmagem, foi contratada uma equipe para isso e tudo, mas o filme deu problema. Tiveram que cortar uma grande parte por causa disso. Não era nada digital na época, era VHS mesmo. Não tinha como editar.

Se eu for puxar o fio, virão dezenas de histórias como essa. O importante é que eu percebi o padrão, e agora posso mudá-lo. Espero, de coração, que minhas palavras estejam tocando o seu. Precisamos de mais humanidade no mundo, mais compreensão e mais amor.

Gostaria muito de ouvir de você! O que mais de tocou?
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Espero que tenha gostado da leitura e até o próximo registro!

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