Muito se tem falado sobre essa crise avassaladora de estresse a que todos os adultos funcionais estão expostos. Sim, é verdade que estamos vivendo tempos bem turbulentos e diferentes, mas a grande verdade é que estamos nos esquecendo de uma parte muito importante: nós mesmos.
Estou enfrentando uma das fases mais terríveis da minha vida, isso porque já passei por aborto espontâneo e várias crises familiares sem tamanho, entre outras coisas que mais para frente eu conto.
Primeiramente, deixa eu explicar por que estou falando sobre isso e iniciando um diário a respeito.
Passei muitos anos da minha vida trabalhando em regime CLT, apesar de ter vindo de famílias de profissionais liberais e empresários. De que se tem registro, fui o primeiro membro a assinar carteira. Todos os outros fizeram sua vida de outra forma. Porém nem tudo são flores: eu nunca fui ensinada ou até encorajada a empreender. Minhas brincadeiras quando criança envolviam gerenciar um café e até um clube! Se eu, ao menos, tivesse prestado atenção…
Na minha adolescência, fui criada em regime religioso. Não era internato, mas quase isso. Sabe a síndrome de “somente nós sabemos a verdade” Fuja do mundo!”? Foi o que vivi dos 12 até o início da juventude, quando dei um basta definitivo.
Nessa época, tive bons e maus momentos. Aqui focarei nos bons: aprendi a ser voluntária. E como isso me alegrou! Participei de diversos eventos, visitei favelas apoiando campanhas de saúde, atendi hotline de um programa de TV que falava em evangelização e fiz muitos amigos! Bom, talvez nem tanto. Ao menos os conheço bem.
Durante este tempo, fiz faculdade, claro. Afinal, “para você ser alguém e ganhar dinheiro, tem que estudar“. Fiz uma? Não, fiz duas. Para ter certeza.
Da primeira levei apenas as experiências, muito boas por sinal. Entrei no meu primeiro emprego, depois de dois anos trabalhando como freelance. Organizei um monte de eventos da área e aprendi muito. Enriqueci meu currículo.
Só que chegou uma hora, eu comecei a cansar. De verdade. Ao ponto de ir a uma psiquiatra que me prescreveu remédio para dormir. “Dose cavalar”, ela disse. Aí já estavam os primeiros sinais, que eu negligenciei.
Desisti do meu primeiro emprego! Eu sofria muito, pois trabalhava de segunda a sexta no escritório e fazia evento aos finais de semana. Não tinha mais tempo para a família (guarde bem essa referência), não sabia mais nem que dia era. Cansei mesmo.
Então, uma querida, formada na mesma área que eu, me sugeriu de ir trabalhar em um restaurante que ela estava trabalhando. Fui lá e deu certo, aprovada. Fiquei 11 meses trabalhando lá. Durante este período foi que ingressei na segunda faculdade.
Depois de um semestre na segunda faculdade, resolvi sair do restaurante e estagiar. Com 25 anos. Depois de já ter trabalhado com eventos pelo Brasil todo. Olha que apareceu aí, o medo. Eu já tinha bagagem para trabalhar, mas me submeti a estágios medíocres, que não me agregaram muita coisa e tinha um salário bem baixo.
Passei pela fase dos estágios, engravidei, perdi e a vida seguiu. Naquela época, meu namorado me apoiou muito e esteve sempre ao meu lado. Até achei que iríamos casar, mas não durou nem até o fim da faculdade.
No fim da faculdade, outra crise. Até ali, eu já tinha enfrentado a presidência do Diretório Acadêmico e por um semestre fui representante de sala (na outra faculdade, fui representante pelos 4 anos da graduação). E um término de relacionamento faltando um semestre para acabar. Só que nessa fase, eu já estava trabalhando CLT: passava o dia na empresa e estudava a noite.
Terminei o último semestre aos trancos e barrancos, porque eu tinha muito receio de me ausentar da empresa e perder meu emprego. Fiz do jeito que consegui, atrasei um semestre por faltas. Sim, faltas.
Finda a faculdade, ingressei no mundo corporativo de vez. Fiquei naquela empresa por 6 anos, tive meus dois filhos, depois passei por mais duas até não conseguir dar conta com bebês em casa. Eu viajava entre cidades e não conseguia tempo de qualidade com meus filhos, que passavam o dia todo na escola.
Decidi dar uma pausa e foquei em mim e neles. Digo, mais ou menos. Quando você não se banca, o preço emocional da ajuda é muito alto.
Por fim, entrei em mais uma empresa regime CLT e fiquei por três anos. O problema é que nessa última, foi a pior experiência de trabalho que já tive. E mergulhei de cabeça em um burn out que estou tendo dificuldade em sair. Já faz quase um ano que saí de lá e continuo sentindo dores no corpo.
Ufa, um breve-longo resumo dos fatos. E é por isso que comecei a escrever aqui. Este blog já passou por reformulações e está encontrando sua forma fluída.
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Espero que tenha gostado da leitura e até o próximo registro!